Zoiano o Blog

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Crônica: Lembrança dos meus Avôs!

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Falamos muito na vovó... muitos dizem a segunda mãe, que paparica... que protege... mas hoje vou falar dos meus avôs... João Valério Salvador e José Lúcio dos Santos... duas figurassas...

Meu Vô João Valério foi embora cedo, eu ainda era garoto... mas tenho boas recordações deste meu avô inventor, kkkk...

Minhas férias passava na casa dele, em Olímpia, desde que me lembro ele só andava fardado, isto mesmo, só lembro dele usando farda, pra todos os cantos que ia ou até mesmo em sua casa, só andava fardado.

No fundo de sua casa haviam delicias a serem degustadas, amoras, pitangas, jabuticaba e tamarindo, criava suas galinhas ali... em pleno quintalzão de terra, era pintinho esparramado por tudo que é canto... e lá no fundo seu engenho, ele sabia fazer uma garapa como ninguém, além do próprio alambique... e olha que ele nem bebia.

Todos os sábados, eu, ele e minha vó Rita íamos ao Zucca Serv em sua Chimbiquinha, um Fordinho 1929... era muito legal, minha vó e eu dentro do carro e ele lá na frente girando a manivela até o motor funcionar, kkkk... e lá íamos nós, saindo da rua Síria rumo ao centro da cidade.

Ele gostava de inventar coisas... um cientista sem recursos, mas o gostoso era isso, ficava ali, grudado nele... observando suas invenções... rostinho magro, cabeça pequena com poucos cabelos, mãos com veias ressaltadas... ficávamos horas e horas em um quartinho feito de madeira no fundo da garagem... certa vez me disseram que ele inventou um tamanco com salto na frente, pras mulheres usarem em ruas inclinadas... kkkkkkk...

Muitas vezes eu ficava sentado no chão olhando ele fazer com toda habilidade do mundo cestas e vasos em bambu, desfiava tudo... depois ia cruzando em meio a arames fazendo seus arranjos... suas obras de arte... este era meu avô “JÃO VALÉRIO”.

Já meu avô José Lúcio dos Santos aproveitei mais, foi embora pro andar de cima em 2007.

Sempre gostou de músicas... cantarolava a noite toda, fazia suas longas serenatas com seu violão... sem falar que durante o dia tocava sua clarineta, um músico na alma, compor e criar suas próprias melodias... lá estava ele colocando as cifras... acordes.

Foi inspetor de alunos e trabalhou na Delegacia de Ensino até se aposentar... o amor pelos filhos e por minha vó Joaquina Gomes era a coisa mais linda de se ver.

Era um comediante, vivia fazendo caretas e ria até chorar das suas armações... isso mesmo, armações. Durante anos ele fez parte da Banda Municipal de Barretos, sabia tocar todos os instrumentos... seu Lírio que também fazia parte da banda era vizinho, morava na mesma avenida 25, as casas separadas apenas pela antiga Auto Eletro Dal Porto. Várias vezes ele ligava (mudando a voz, passando um trote) ou me mandava ligar pro seu Lírio falando que era pra ir ao ensaio.

Meu vô agachado e escondidinho ficava só olhando seu Lírio abrir o portão da casa, tirar o fusquinha da garagem e ir pro “suposto” ensaio, quando o carro passava pela casa a gente ria sem parar, meu vô chegava até a tirar os óculos pra limpar as lágrimas de tanto rir...


Na casa dele trabalhava Dona Dalva, um amor de pessoa... certo dia meu avô deu uma dúzia de laranjas, onde ele se prontificou a colocar tudo na sacola dela, na hora de ir embora... lá foi ela feliz com suas laranjas... não demorou muito ela voltou toda cansada, rindo e xingando meu avô: Eeee seu Lúcio... você me paga... dizia ela rindo também, meu vô não conseguia nem falar do tanto que ria, quando fomos ver o motivo do riso e do cansaço da Dona Dalva também caímos na risada... meu avô havia coloca a dúzia de laranja na bolsa dela, sim tinha... mas debaixo das laranjas ele colocou 2 paralelepípedos, kkkkkkk... coitada da Dona Dalva, kkkk... subiu avenida 25 da rua 10 até a rua 4... imagina a cena, kkkkkk

Quer mais... uma vez Dona Dalva bobeou com sua dentadura, deixando na muretinha, ele pegou uma dentadura velha que tinha e colocou no lugar, na hora que ela despediu da gente e tentou colocar a dentadura a mesma não entrava, ela olhava pra ele e dizia: Ué seu Lúcio que coisa estranha, a dentadura não ta me servindo, será que minha gengiva inchou? Kkkkkkkkkk...

Ai ai viu, este era meu vô ZÉ LÚCIO ... uma eterna criança!

Estes eram meus avôs... inventores... sarristas... pessoas queridas que jamais irei esquecer em minha vida!

Boa semana... aproveite e dê aquele abraço gostoso no seu vovô!
SOL SALVADOR

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